Sou daquelas tolas lamechas que, de vez em quando, lê a coluna "Amor Moderno" da New York Times, partilhada em português pelo Diário de Notícias (ler na língua materna é um bocadinho mais fácil).
Esta, publicada hoje, cativou-me particularmente, uma vez que também já dei comigo a sentir-me agradecida pelos caminhos que me levaram a quem sou.
No primeiro ano da faculdade, conheci a Rita, uma rapariga de olhos brilhantes e sorriso contagiante. Foram compostos grupos de trabalho, constituídos por alunos de diferentes turmas, e ficámos no mesmo. Em conversa, descobrimos a música em comum... E foi assim que ela me “levou” para o coro da missa do hospital, em Coimbra, onde conheci e integrei o fantástico SPES.
Foi lá que conheci também um divertido rapaz com as mesmas origens que eu: Pombal. E, através dele, integrei uma banda e um coro, na nossa cidade! Ou seja, conheci uma imensidão de pessoas que me fazem feliz.
Às vezes, pergunto-me como teria sido até agora o meu rumo, a nível musical e não só, se não tivesse conhecido a Rita. Será que na tarde de hoje (de ontem, na verdade, que a noite já vai avançada) teria tido aquele mesmo ensaio? Teria integrado estes grupos, ainda assim, por outro trilho?
A minha faceta sonhadora, ou utópica ou o que lhe queiram chamar, faz com que eu acredite que sim, porque o que tem de acontecer tem muita força. (Vá, isso e o facto de não haver assim tantos violinistas aqui na zona.)
Esta semana, aconteceu uma situação estranha. Uns afirmarão que foi fruto do acaso; outros dirão que o pensamento “em massa” pode ser poderoso.
Éramos um grupo grande e estávamos a falar de um tipo de acidente rodoviário em particular: aquele em que o carro de trás bate no da frente, porque este trava de forma súbita.
Ora, estávamos a comentar isso, quando ouvimos um “PUUUUM!”. Não, ninguém largou gases. Foi mesmo o “PUM” dos para-choques a fazerem o seu trabalho!
Coincidência ou poder do pensamento?
Cheguei à praia e, contra todos os rituais que cumprimos antes de nos instalarmos na toalha, vesti a camisola. (Bendita camisola que ficou no carro por esquecimento, há dias.)
Como eu imaginei que seria a minha tarde:
Como realmente foi:
E lá estava eu, vestida. Logo hoje, que tinha acabado de descobrir que me enquadro na "tendência" deste verão. Chamam-lhe biquini bridge. Não me convenceram e continuo a achar que as cuecas daquele biquini estão simplesmente um pouco largas.
E quase deixei escapar algumas lágrimas.
Mas não foi devido ao mau tempo, a modas parvas ou a outras outras insignificâncias. Uma voz diferente captou a minha atenção. Olhei em volta e reparei que provinha de uma senhora com graves problemas de fala. Comunicava com o filho através de uma linguagem que, para mim, representava apenas um conjunto aleatório de sons.
Admirei-os e senti-me desiludida comigo mesma, por ter preocupações tão superficiais. Com ou sem nuvens, tenho toda a liberdade para dialogar com alguém, sem que cada frase pronunciada se traduza num obstáculo.
. E se tivesse sido diferen...
. Coincidência ou poder do ...