A felicidade pode parecer envolta numa camada impenetrável. Mas, com jeitinho, conseguimos alcançá-la. Mais difícil do que chegar a ela é mantê-la. Se não a prendermos com a firmeza, deixamos que caia. Por outro lado, se a tentarmos agarrar com demasiada força, desaparece: derrete na nossa mão.
Resulta da junção de vários momentos: desde os mais crocantes e imprevisíveis aos mais doces, passando antes pelos frágeis. Se tivesse uma cor, seria dourada.
Concluindo, a felicidade é como um Ferrero Rocher, com a exceção de que o sentimento pode ser alcançado em todas as estações do ano, ao contrário do chocolate.
Hoje não vou escrever acerca de leite cor-de-rosa. Nem testemunharei histórias divertidas. Por norma, não consigo afastar o sentido de humor ou o sarcasmo da minha escrita. Escrevo acerca do que me faz sorrir e sorrio acerca do que escrevo.
Hoje não. Não tenho nada útil ou divertido para vos contar. Mas há algo que posso partilhar. Antes da bata e do batom, ela já cá estava.
Porque nunca falei dela, então?
Bem, porque não tenho o hábito de a verbalizar, é ela que me "verbaliza", através da fricção do arco nas cordas: as desafinações revelam se estou desconcentrada, as notas graves predominam em dias de conformação e as agudas nascem se é momento de arriscar.
De manhã, a noiva entrou na igreja, caminhando com passos curtos para um grande passo.
A horas e quilómetros de distância, a vocalista dançará ao ritmo da música.
E eu acompanho-as, com o violino, nessas alegrias.
. A felicidade é como um Fe...
. Hoje