Ontem, deparei-me com um artigo no facebook, convenientemente publicitado em plena época alta dos casórios: 20 lições que aprendes no dia do teu casamento. Cusquei a lista e ia concordando com tudo, não por experiência própria mas porque fazia sentido.
Foi então que cheguei à "depressão pós-casamento". Acreditam que eu, mera irmã do noivo, vivenciei essa sensação por umas horas?! A prova disso é que achava que estaria sem forças para manter o blog (entre outras atividades do meu quotidiano) nos dias seguintes, lembram-se?
Não me interpretem mal: claro que estava super feliz pelo meu irmão e pela minha recém-cunhada. Mas vamos ver se me faço entender: entre ensaios para tocar na missa e na quinta, preocupações estéticas, preparativos em casa (devidos à oferta de pequeno almoço/lanche aos convidados, antes da cerimónia) e receção dos familiares emigrantes nos dias anteriores à festa, acumulou-se uma boa dose de stress. Um stress bom, mas não deixou de ser cansativo.
Foto do casamento do mano e da quase-mana :)
O grande dia passou surpreendentemente rápido e, após uma breve soneca, retomámos a party no dia seguinte, com almoçarada de família lá em casa.
Foi então que chegou a mini-e-estúpida-depressão-pós-casamento-do-mano. Surgiu uma sensação de vazio quando a festa acabou e nos despedimos dos familiares emigrantes, que regressaram rapidamente às suas rotinas no estrangeiro.
Casa por arrumar. Um silêncio incomum comparativamente às horas anteriores... E estávamos todos mortos de cansaço. Imaginem a minha figura de parva a ajudar a carregar os sofás, desde a cave até à sala e a queixar-me: estou cansada que nem uma porca* e se me quero deitar no sofá ainda tenho que o carregar primeiro!!!
Talvez tenha contribuído para a depressão pós-casamento o facto de não me terem levado para a lua-de-mel. Desde quando é que não se leva a irmã nesse tipo de viagem? E quem seguraria as velas se faltassem candelabros no hotel? Enfim, não percebo!
Se, na mesa da sala dos meus pais, o lugar mais próximo da tomada está ocupado, armo um estendal com o carregador do PC, em vez de ir procurar uma extensão.
Já ouvi vários queixumes sobre o assunto, mas acho que este foi o melhor (dito pelo minha mãe): Passo a vida a saltar à corda cá em casa!
Sou mesmo boa filha, não sou?!
Até criei uma estratégia para a minha família fazer exercício físico!
Parti um copo (olhem que novidade!) e tinha que ser logo um de champanhe, em cristal! A minha mãe assistiu à cena e apressou-se a fazer um olhar reprovador, sem nada dizer.
- Também já partiste muitos! – desculpei-me.
Riu-se e eu rematei com:
- Ensinam isto em filosofia: é a falácia do "ataque à pessoa" (mais especificamente, o argumento tu quoque: “tu também”)!
- Em que ano aprendeste isso? – perguntou-me.
- No 11º. Porquê?
- Para sugerir que alterem o programa.
Porque é que as mães sabem sempre o que responder para sairem "campeãs" de uma conversa com os filhos?!
- aturam uma filha louca chata
- fazem a melhor caldeirada do mundo
- deixaram que a filha conduzisse antes de ter carta de condução
- ensinaram a fazer contas de dividir
- no verão, levavam a garota para o trabalho, onde ela lia Harry Potter e lanchava uma sandes mista
- permitiram que a miúda fosse para a escola primária com batom, porque a mamã não viu (muahahah!)
- desempenham frequentemente a função de taxista particular da filha
- têm um marcado sentido de humor
- não estarão com a filha hoje (mas amanhã não se escapam!)
Feliz Dia do Pai!
Imagem original aqui
Fred Giovannitti é um famoso tatuador e é também conhecido por pintar os desenhos dos seus filhos, durante as viagens frequentes que faz em contexto de trabalho.
Com este Art's friday, pretendo homenagear a sua família que, para além de produzir interessantes criações artísticas, prova que há inúmeras formas de prestarmos atenção aos que amamos, mesmo à distância.
Vejam alguns "antes e depois":
Se, tal como eu, ficaram rendidos ao talento dos pequenotes e do seu pai, podem espreitar mais algumas imagens na página de facebook do Fred!
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