Desconheço completamente as razões que levam tantas mulheres a tornarem-se, voluntariamente, escravas do seu calçado.
Chego a acreditar que a investigação deste assunto poderia mesmo levar a um Prémio IgNobel da Psicologia. (Seria muito mais divertido do que o estudo merecedor do prémio deste ano, que concluiu que os indivíduos que ficam acordados até tarde têm mais tendências narcisistas, manipuladoras e psicopatas do que os outros.)
Mas voltemos à ridicularização proporcionada por saltos altos excessivos. Na tentativa de lutar contra a submissão voluntária da mulher perante os sapatos, tomei a liberdade de criar dez mandamentos a ter em conta num estabelecimento que comercialize calçado:
1º - Amar os pés sobre todas as coisas.
2º - Não usar o cartão de crédito em vão.
3º - Valorizar o retorno venoso dos membros inferiores.
4º - Honrar o pé esquerdo e o pé direito.
5º - Não adquirir calçado que leve à necrose dos dedos dos pés.
6º - Não trocar o calçado confortável por outro.
7º - Não roubar artigos da sapataria ou de qualquer outro estabelecimento comercial.
8º - Não levantar falsos testemunhos acerca de calçado desconfortável com o intuito de convencer o próximo a ter uma conduta podal incorreta.
9º - Não desejar sapatos que provoquem uma locomoção semelhante à de um porco embriagado e com um membro amputado.
10º - Ter noção da proporcionalidade aceitável entre a altura registada no cartão de cidadão e a dos tacões dos sapatos.
Nota: Estes mandamentos não devem ter qualquer validade em contexto de desfiles de moda. Não quero ser responsável pela diminuição do grau de diversão que estes eventos acarretam.
. Os dez mandamentos da aqu...