A casa de banho não tinha janela. Sem abertura em cima ou em baixo. Só 4 muros, muito juntinhos a mim, e uma maçaneta inútil, que insistia em não desempenhar a sua função.
Evito andar de elevador e subo pelas escadas sete andares ou mais, se for preciso, para depois ficar presa num WC?!
Com muita pena minha, não consegui manter a serenidade da Maria das Palavras e comecei a bater na porta como se não houvesse amanhã. Gritei, duas vezes, "Alguém me pode ajudar?". Só mesmo porque tinha vergonha de gritar "Socorro!!!". Seria muito dramático, não?
Ninguém veio.
Mais murros na porta.
Ninguém veio.
Visão turva. Vagos pensamentos sobre o exame que deveria realizar dentro de momentos.
Ninguém veio.
Merd*, fod*-se!
Murros.
Já tinha a palma da mão bem marcada a vermelho pela maçaneta, quando aquela porcaria decidiu ceder. Lavei as mãos rapidamente e desapareci dali a passo rápido, antes que alguém me associasse aos gritos histéricos. Uma lady não grita. No máximo, manda um guincho, um "ai, que incómodo" e lima as unhas, enquanto um príncipe renasce dos pensos higiénicos do caixote do lixo para a salvar.
Conclusão: Nunca mais entro num cubículo daqueles sem telemóvel.
Outros relatos claustrofóbicos aqui e aqui.
Foi em Madrid que tive que me render ao prometido azar da sexta-feira 13. Mas o pior é que este tratamento de choque nem surtiu efeito!
Cena aterrorizadora - I
Chegámos à capital espanhola e entrámos no metro errado.
O destino pretendido não se fez ver e acabámos por chegar ao fim da linha, já sem outros companheiros de viagem. O motor deixou de rugir e tentámos, sem sucesso, abrir as portas. Ninguém na rua. Ninguém no metro. A pressão que depositávamos nos botões era em vão.
Eu adooooro ficar fechada (not), portanto, tal e qual a personificação do pânico, ponderei utilizar o martelo de emergência para quebrar um vidro. (Enquanto isto, os meus companheiros de viagem riam-se, claro.)
Cerca de dez minutos depois da crise de estupidez pânico e de imaginar a chegada do apocalipse, o motorista (visão divina!) atravessou as carruagens, esclarecendo que o metro retomaria o percurso dentro de 20 minutos. Ufa, não foi desta que ficámos presos até ao dia seguinte. A boa disposição voltou e até tirei fotografias à carruagem vazia.
Cena aterrorizadora - II
Tive que utilizar um elevador sem iluminação. Perfeito! Gosto imenso de elevadores e o escuro é a cereja no topo do bolo!
(Agora que já relatei umas parvoíces, vou escrever um "Bata, batom e bilhetes" para contar factos talvez mais interessantes.)
Não sou apreciadora dos caixotes metálicos e claustrofóbicos destinados a transportar pessoas, pelo que entrei contrariada no elevador, como sempre. Carreguei no botão associado ao destino que pretendia e a porta prateada do elevador deslizou até se fechar completamente. Ansiei algum tempo pelo término da viagem, que me estava a parecer demasiado demorada. Troquei um olhar confuso com o H., que também mostrou alguma inquietação.
- O elevador está parado, não está?! - perguntei.
Acenou afirmativamente com a cabeça, confirmando o meu pior receio. Já a ficar com a visão um pouco turva, carreguei no botão para abrir a porta.
Esta abriu-se de imediato e concluí que continuávamos no piso inicial.
No futuro (um futuro muito distante, espero), experimentarei carregar no botão com o nariz. Pode ser que um macaquinho diga ao elevador que este se deve deslocar para o piso marcado.
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