A casa de banho não tinha janela. Sem abertura em cima ou em baixo. Só 4 muros, muito juntinhos a mim, e uma maçaneta inútil, que insistia em não desempenhar a sua função.
Evito andar de elevador e subo pelas escadas sete andares ou mais, se for preciso, para depois ficar presa num WC?!
Com muita pena minha, não consegui manter a serenidade da Maria das Palavras e comecei a bater na porta como se não houvesse amanhã. Gritei, duas vezes, "Alguém me pode ajudar?". Só mesmo porque tinha vergonha de gritar "Socorro!!!". Seria muito dramático, não?
Ninguém veio.
Mais murros na porta.
Ninguém veio.
Visão turva. Vagos pensamentos sobre o exame que deveria realizar dentro de momentos.
Ninguém veio.
Merd*, fod*-se!
Murros.
Já tinha a palma da mão bem marcada a vermelho pela maçaneta, quando aquela porcaria decidiu ceder. Lavei as mãos rapidamente e desapareci dali a passo rápido, antes que alguém me associasse aos gritos histéricos. Uma lady não grita. No máximo, manda um guincho, um "ai, que incómodo" e lima as unhas, enquanto um príncipe renasce dos pensos higiénicos do caixote do lixo para a salvar.
Conclusão: Nunca mais entro num cubículo daqueles sem telemóvel.
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