Se a miudagem seguisse um livro de instruções para configurar os seus cérebros, estas seriam algumas das ordens. Posts baseados em factos reais.
Enquanto te divertes na piscina, simula que não ouves os teus pais.
- Sofia, vamos embora!
Eles vão insistir, porém deves manter-te forte. Não cedas.
- SOFIAAA!
Nada, não vires essa carinha laroca na direção deles. Se os adultos não te forem buscar por uma orelha, continua a brincar.
Quando, finalmente, te apetecer ir embora, eles vão questionar:
- Porque não saíste quando te chamámos?!
E tu responderás, com o máximo de credibilidade que conseguires:
- Não ouvi, tinha água nos ouvidos!
Imagem original aqui
De
Isa a 24 de Setembro de 2015
Os putos saem-se com cada uma... lol invejo-lhes a criatividade e a lata!
Isso era resposta que a minha daria. Com toda a certeza!
De
Gi a 26 de Setembro de 2015
Ahahah... A minha prima nem disfarçaria: diria que não lhe tinha apetecido sair e pronto :)
De Ana a 26 de Setembro de 2015
excelente resposta.
Pelo menos é criativa
Não será futuramente membro do meu grupo para apresentar desculpas: "os burrinhos".
Bem, na UEEA temos um menino de 7 anos, no qual não deteto traços de autista mas ainda passou uma semana apenas e como diz a colega "o relatório assim o diz" mas com DM ligeira e hiperatividade. Memoriza praticamente tudo o que lhe leio mas não gosta de ordens. Nesta semana decidiu fazer uma birra que incluiu coices nas paredes, armários, objetos pelo ar, tentativa de nos bater... Preciso com urgência do manual de instruções desta criança pois só me ocorrem métodos do Estado Novo Imagina os colegas, autistas com def mental moderada a quase severa e também hiperativos, completamente transtornados com o circo de um fedelho de 7 anos.
Mas é tão interessante o mundo dos outros. Sobretudo o do S. Tem 13 anos. Não fala, ainda usa fralda. Na generalidade é como um bebé grande. Com ele comunico por sons (palmas, sons tipo "nhãonhãonhão"), ao que responde com um sorriso de alegria, saltando e dizendo ... não sei o quê. Para deixar algo de cómico. O S. gosta de fazer com que uma boneca com o cabelo no ar rodopie ao redor da sua mão. Assim também ele faz antes de rir: roda, roda, roda. Na sexta saí de casa à pressa e não reparei que atrás deixei algum cabelo no ar levantado. Estava eu sentado no chão a brincar com eles quando senti algo estranho. Apenas ouvi as auxiliares a dizerem "cuidado". Pois é... O S. queria que também "rodasse", como a boneca, debaixo da sua mão. Só consegui rir.
Se é lindo ou feio pouco me interessa. Não pedi a sua opinião.
A minha interação é com a autora do blogue.
Peço desculpa.
Não pensei que ficasse ofendido.
Não tem que pedir desculpa. Eu sim. Redigi o comentário à pressa, como se nota, dada a minha falta de tempo pois ainda não me adaptei ao novo ritmo de trabalho. De professor de matemática, subitamente revejo-me numa área que foi minha, no passado mas nunca com autistas. Por outro lado, em 18 anos de serviço, nunca vi um aluno tão mal educado. Por esta mesma razão, no meu facebook, alguém, no seu direito mas distante deste trabalho, quase me faltou ao respeito, dado ter falado em "Estado Novo". Neste comentário, a palavra "coices" pode soar a brejeiro, excessivo ... mas foi aquilo a que assistimos. Não eram pontapés de frente. Por pouco não fui agredido. E isto deixou-me de cabeça quente, a pensar nas estratégias a adotar quando apenas podemos contar connosco e auxiliares. Finalizei com a ternura de um dos meus alunos preferidos, ainda que não fale. Acredite, é delicioso. As sonoridades despertam nele sorrisos e gargalhadas lindas. Já o meu cabelo no ar, agora por ser fino e difícil de pentear, um atrativo para puxar e tentar-me por a rodar, como uma das bonecas
Apesar de tudo, o S compensa a atitude dos outros Adorei ler a estória dele.
A sociedade é que não quer entender o trabalho árduo do professor: ensinar e educar...
Depois, levar para casa os conflitos e pensar como resolve-los...as tais estratégias que podem resultar, ou não!
Tudo de bom, é o que desejo.
Sem dúvida.
Hoje adormeci-o.
Fixa o seu olhar no meu. Não sei se por ambos sermos muito brancos e de olhos e cabelos claros. Creio ter recebido o melhor bombom da semana. Enquanto me questionava "Mas como é que se adormece um bebé? Pensa Paulo... Pensa como fazias com a tua afilhada. Mas este é um bebé crescido. Segue o teu impulso." Deparei-me com S. a retribuir a festa que lhe fazia no rosto: percorreu todo o meu braço até cima e fez um mimo. Claro que para a maioria das pessoas não passa de uma mariquice mas pouco me importa. Fiquei muito mas mesmo muito contente.
Comentar post