Dirigia-me de comboio para Lisboa, na passada sexta-feira, para assistir ao concerto dos One Republic. Durante a viagem, tive a sorte de ouvir excertos da conversa que se instalou entre um grupo de raparigas histéricas, um pouco mais novas do que eu. Entre o alvoroço (leia-se "peixeirada") que se gerou naqueles quatro bancos, fui lançando alguns olhares de espanto, gozo ou, já mais para o final, desdém.
O excessivo volume das vozes e os comportamentos infantis não me deixaram esconder os pensamentos, até que uma das miúdas comentou com outra: "Aquela rapariga estava a olhar para ti com cara de gozo. Vamos processá-la.".
Ri-me por momentos e fitei-a nos olhos durante alguns segundos.
Não voltaram a olhar na minha direção.
Destaque-se que o facto de a minha expressão ser intimidante ao ponto de me quererem processar é uma novidade. Por norma, os comentários acerca de mim e dos meus olhos são mais simpáticos.
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