Cheguei à praia e, contra todos os rituais que cumprimos antes de nos instalarmos na toalha, vesti a camisola. (Bendita camisola que ficou no carro por esquecimento, há dias.)
Como eu imaginei que seria a minha tarde:
Como realmente foi:
E lá estava eu, vestida. Logo hoje, que tinha acabado de descobrir que me enquadro na "tendência" deste verão. Chamam-lhe biquini bridge. Não me convenceram e continuo a achar que as cuecas daquele biquini estão simplesmente um pouco largas.
E quase deixei escapar algumas lágrimas.
Mas não foi devido ao mau tempo, a modas parvas ou a outras outras insignificâncias. Uma voz diferente captou a minha atenção. Olhei em volta e reparei que provinha de uma senhora com graves problemas de fala. Comunicava com o filho através de uma linguagem que, para mim, representava apenas um conjunto aleatório de sons.
Admirei-os e senti-me desiludida comigo mesma, por ter preocupações tão superficiais. Com ou sem nuvens, tenho toda a liberdade para dialogar com alguém, sem que cada frase pronunciada se traduza num obstáculo.
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